segunda-feira, 21 de julho de 2008

A história de Hockenheim

Circuito alemão recebe uma prova da Fórmula pela 31ª vez
Divulgação

Pela 31ª vez o circuito de Hockenheim, na Alemanha, vai receber uma corrida de Fórmula 1, neste fim de semana. Uma das pistas mais tradicionais da Europa, é também o sexto circuito que mais recebeu provas da principal categoria do automobilismo mundial, perdendo apenas para Monza (Itália), Mônaco, Silverstone (Inglaterra), Spa-Francorchamps (Bélgica) e Nürburgring (Alemanha).

O circuito foi construído em 1932 na cidade de Hockenheim (sudoeste da Alemanha, 20 mil habitantes) pela Mercedes-Benz, com o objetivo de ser apenas uma pista de teste. Mesmo assim recebeu corridas de competição - a primeira ocorreu em 1934, no campeonato alemão de marcas, algo como a DTM atual. Com a ascensão de Adolph Hitler e do nazismo, o circuito passou a ser utilizado para preparar tanques e carros oficiais. Em 1938, foi expandido e rebatizado de Kurpfalzing.

..Divulgação

Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, o circuito ficou praticamente abandonado. Apenas em 1947, quando a Alemanha começou a reconstrução do país no pós-guerra, é que o circuito foi reaberto e recebeu o nome atual de Hockenheimring. Em 1964 o autódromo passou por novas obras e ganhou formato mais oval, marca registrada da pista. O tamanho foi reduzido de cerca de 8 mil metros para 6.823 metros de extensão.

Primeira corrida de Fórmula 1

O Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1 era disputado, desde o início da competição, na década de 1950, no antológico circuito de Nürburgring , mais conhecido como Inferno Verde - por ser uma pista extensa (20 km), com diferentes pisos e desníveis e curvas perigosas, além de ser estreito. Muitos acidentes aconteciam lá, inclusive com algumas mortes.

Só que em 1970 os pilotos se reuniram e pediram para realizar obras de segurança no circuito, ou não correriam lá naquele ano. Como o tempo era curto, a federação decidiu transferir o GP alemão daquele ano para Hockenheim. Vale lembrar que Hockenheim havia passado por obras de segurança dois anos antes por causa da morte do campeão mundial de F1, o inglês Jim Clark, em uma prova da Fórmula 2.

Na corrida de 1970 tudo correu bem e o vencedor foi o austríaco Jochen Rindt, que acabou se tornando campeão da categoria naquele ano. Rindt morreu em Monza algumas semanas depois, tornando-se o único campeão póstumo da Fórmula 1. Enfim, mesmo com uma organização impecável em Hockenheim, o GP da Alemanha voltou a ser disputado em Nürburgring, que era o templo do automobilismo alemão. No entanto, em 1976 o austríaco e tri-campeão mundial de F1 Niki Lauda sofreu um forte acidente no circuito, com queimaduras gravíssimas. Era o fim do Inferno Verde e o começo do reinado de Hockenheim na Fórmula 1.

Divulgação
Antigo traçado (cinza) sobre o novo (preto) - Pista perdeu mais de 2 km de extensão e média de velocidade caiu de 250km/h para 215km/h

De 1977 até 2006, Hockenheim só não foi palco do GP da Alemanha em 1985, quando a corrida foi realizada na nova pista de Nürburgring. A última grande mudança que o traçado sofreu foi entre 2001 e 2002. Na época, o todo-poderoso e chefão da F1, Bernie Ecclestone, pediu para diminuir a extensão da pista, para torná-la mais rápida e mais atraente para a TV. No entanto, este pedido veio junto com uma ameaça: se Hockenheim não fizesse isso, seria cortado do calendário da F1. O “pedido” foi aceito e o circuito foi reduzido para 4.574 metros, perdendo o aspecto oval.

Mesmo assim, desde 2007 o GP da Alemanha passou a ser revezado entre Hockenheim e Nürburgring a cada ano. Em 2010 acaba o rodízio e ninguém sabe o que Ecclestone fará. Ele já tirou Silverstone do calendário da F1 para colocar um circuito novo. Aos poucos, os autódromos mais tradicionais estão saindo de cena.

Acompanhe neste final de semana a cobertura on-line no site de Autoesporte do treino classicatório e o GP da Alemanha.

REPORTAGEM: AUTO NEWS / Fabrício Migues

Nenhum comentário: