segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mais urbano que nunca

Mille recebe melhorias para reduzir o consumo e as emissões de poluentes, especialmente no trânsito urbano
João Mantovani

Ele já não é o carro mais barato, nem o mais econômico do mercado – perdeu os postos para o Effa M100 e o Kia Picanto, respectivamente. Mas o Fiat Mille ainda é o que melhor concilia preço e economia – e na linha 2009, à venda, ganhou eficiência, sem perder potência. Para isso, recebeu diversas alterações mecânicas. Entre elas, a injeção seqüencial de combustível na partida, que enche um cilindro por vez. A modificação poderia reduzir a potência, não fossem “compensações” como deixar mais leves válvulas e bielas: assim os componentes gastam menos energia para se movimentar e poupam potência do motor.

João Mantovani

Outra solução que aperfeiçoa o desempenho do propulsor Economy 1.0 Fire Flex é o novo coletor de escapamento. Com perdas de carga menores, ele deixa a mistura ar-combustível mais limpa, pois elimina os gases da queima de forma mais eficiente. O óleo ficou menos viscoso, para reduzir o atrito entre as peças do motor, a quinta marcha foi alongada, e as mudanças não param aí. A marcha lenta passou de 850 para 750 rpm, inibindo o consumo nas paradas e arrancadas. O pneu, 5% mais leve, e a suspensão, com geometria revista, diminuem a resistência ao rolamento e melhoram a economia de combustível.

João Mantovani

A suspensão reconfigurada deixa as rodas mais paralelas, o que pode afetar a estabilidade, segundo o engenheiro mecânico Rubens Venosa, consultor técnico de AE. Durante a avaliação do Mille no autódromo Mega Space, em Santa Luzia (MG), não senti problemas. Mas o hatch não foi forçado, já que a idéia era analisar sua economia.

João Mantovani
Faixa verde aponta o melhor nível de consumo

Para ajudar o motorista a fazer o Mille “beber” menos, a Fiat incluiu no painel de instrumentos o “econômetro”, uma espécie de conta-giros melhorado. Seu ponteiro flutua entre as faixas verde, amarela e branca, conforme o gasto de combustível: quanto mais o indicador ficar no verde, melhor.

Nos 5,7 km do percurso proposto, a instrução era para manter a velocidade entre 50 e 60 km/h e a marcha em quarta ou quinta. Na primeira vez, não a segui, e o consumo foi de 17,3 km/l. Atenta ao econômetro, em velocidade estável, sem movimentos bruscos do volante ou forte pressão sobre o acelerador, fiz 20,3 km/h. Colegas de outras publicações atingiram até 24 km/l – mas vale lembrar que a situação não reflete o tráfego das cidades.

João Mantovani

A Fiat diz que o Mille ficou 10% mais econômico e que o porcentual pode chegar a 20% se o condutor aproveitar ao máximo a faixa verde do marcador. Para isso, fez um guia com dicas de direção econômica e respeito ao meio ambiente, entregue junto com o veículo.

Com tantas mudanças técnicas, as estéticas foram tímidas. O Mille Fire tem nova grade, lanterna traseira fumê, calotas novas e pára-choque na cor do veículo. Já o kit Way vira versão e traz pára-choques e molduras de pára-lamas acinzentados e faixas laterais com a inscrição Way. Sem as especificações do Fire Economy, o modelo tem suspensão elevada e pneus 175/70 R 13. Com isso, a redução de consumo fica em apenas 5%.

Reportagem: Auto Esporte

Comercial Fiat Uno Antigo

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