terça-feira, 7 de julho de 2009

Montadoras aceleram na corrida pelo carro elétrico

Praticamente todas as montadoras globais estão empenhadas em desenvolver carros puramente elétricos, cujas baterias podem ser trocadas ou recarregadas numa tomada, sem depender de motores a combustão. O Brasil está nessa corrida, com a produção do Palio Weekend elétrico, feita em conjunto pela Fiat e a Itaipu Binacional. As baterias têm eficiência razoável, especialmente se o carro não for exageradamente solicitado. Nos Estados Unidos, Ford, GM e Chrysler têm projetos em andamento, seja para elétricos, híbridos ou plug-ins. Japoneses e europeus também estão empenhados na disputa. Veículos elétricos do tipo plug-in, como o GM Volt, podem ser recarregados na tomada e a tração é feita por motores elétricos. Mas o powertrain tem a ajuda de um motor a combustão para carregar as baterias, o que não acontece no carro brasileiro. Nos híbridos, como o Toyota Prius, a tração pode ser feita pelo motor elétrico ou pelo motor a combustão. Na versão atual o carro japonês não é um plug-in, ou seja, as baterias não são recarregadas na tomada. Brasil aprende O Palio Weekend elétrico é resultado de uma aliança entre a Fiat e Itaipu Binacional, que trabalham juntas no desenvolvimento do carro. Há 21 unidades operando em concessionárias de energia e outras 29 completarão a primeira parte do programa até o ano que vem. A bateria do carro é fabricada na Suíça e utiliza cloreto de sódio. Ao final da vida útil, depois de mais de trezentas recargas, a bateria pode ser descartada sem problemas ao meio ambiente. Essa é uma vantagem da solução adotada pela Fiat e Itaipu, embora o powertrain não tenha a mesma eficiência de um acionado por baterias de íon-lítio. A vida útil da bateria suiça ecológica pode ser prolongada não permitindo que a carga acabe completamente e deixando o equipamento ligado na tomada o maior tempo possível. Automotive Business testou o carro elétrico brasileiro em circuito ao lado da Usina de Itaipu. A impressão foi boa. O veículo é construído a partir de um Palio Weekend normal, com uma boa dose de retrabalho para realocar pontos de fixação para o motor elétrico, bateria e sistemas transformadores. O maior desafio foi reequilibrar o veículo, já que o motor elétrico de 20 cavalos deixou a frente leve e as baterias acrescentaram cerca de 150 kg à traseira. A suspensão foi devidamente calibrada e o comportamento da perua em curvas já é bastante razoável. O carro responde prontamente a acelerações fortes, que consomem bastante energia – como se pode observar no marcador de amperagem no painel. A autonomia do veículo é de 120 km. O tempo de recarga é de oito horas se a bateria estiver totalmente descarregada. A bateria suiça empregada ganha 80% da carga em apenas duas horas, mas ainda não pode ser substituída por outra já carregada. Os fabricantes estão trabalhando para acabar com esse inconveniente. Outro passo é buscar incentivos para os projetos de carros elétricos, que ainda são enquadrados na categoria de 25% para o IPI e pagam 12% na importação de componentes sem similar nacional, como a bateria. Sem esses e outros impostos, o Palio Weekend elétrico teria o preço reduzido de R$ 145 mil para cerca de R$ 85 mil. O powertrain elétrico tem custo significativo: representa € 22 mil, incluindo motor, bateria e complementos. Mas o projeto não fica por aí. Depois do aprendizado inicial, Fiat e Itaipu devem arregaçar as mangas e trazer novidades. VW terá Up elétrico Criticando a indústria automobilística alemã por não ter investido significativamente no desenvolvimento de veículos elétricos, o presidente da Volkswagen, Martin Winternkorn, anunciou que a empresa lançará seu primeiro carro do gênero em 2013 na família de supercompactos conhecida como Up. Ele afirmou que a principal vantagem do veículo elétrico da marca será o rápido tempo de recarga, que não deve ultrapassar duas horas. Enquanto isso a Toyota planeja iniciar a produção em massa de um veículo híbrido plug-in em 2012. Os carros, que serão montados à razão de 20 mil a 30 mil unidades no primeiro ano, estarão sendo testados ainda este ano. A montadora pretende entregar quinhentas unidades do plug-in para entidades do governo e uso corporativo. O carro da Toyota deve enfrentar o GM Volt, que foi concebido também como um plug-in e pode ser carregado em uma tomada elétrica. A tração é feita por motores elétricos. Há um motor a combustão utilizado para recarregar as baterias quando for necessário. O Volt chegará primeiro ao mercado – possivelmente no final de 2010. O carro foi apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2008. A GM pretende ter 14 modelos híbridos em produção em 2012. Mitsubishi na frente A Toyota pretende vender seu plug-in a um preço comparável ao do i-MiEV, que a Mitsubishi está colocando à disposição de frotistas no Japão este mês a US$ 47,8 mil, ainda sem os subsídios solicitados ao governo. O Prius custa metade desse valor no país. O i-MiEV (Mitsubishi Innovative Electric Vehicle) marca o ingresso da montadora no segmento dos carros puramente elétricos - sem motor a combustão. Reinaldo Muratori, diretor de engenharia da Mitsubishi no Brasil, apresentou o projeto desse veículo em simpósio promovido pela SAE Brasil em abril em São Paulo. “Trata-se de uma solução para uso urbano, com emissões próximas de zero e custo operacional inferior a carros equipados com motores a combustão” – afirmou o executivo. Muratori disse que já existem 200 unidades do veículo rodando no Japão. No Brasil a previsão é testar o modelo em 2010. O carro produzido em Okayama pesa 1.100 quilos, tem autonomia para percorrer até 160 km com uma carga de bateria. O motor tem 64 cavalos e 18,3 kgf.m. As baterias são de íons de lítio e podem ser recarregadas em sete horas numa tomada comum.

Fonte: Reportagem Site: Automotive Business

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