Ainda lembro do entusiasmo com que fiquei admirando aquele esportivo vinho com interior creme estacionado no Fashion Mall, um dos shoppings mais chiques do Rio de Janeiro. Era final dos anos 80, e o carro em questão era um Miura X8. Na época ainda não havia carros importados, e os fora-de-série nacionais eram a única opção para quem queria um carro diferenciado. Tive esse déjà vu quando um moleque todo empolgado chegou perto do San Vito S1 que eu dirigia: “Olha, esse é o carro dos meus sonhos, parece meu Hot Wheels gigante!”. Pelo visto, mesmo que hoje existam diversos Porsches e Ferraris rodando no Brasil, os fora-de-série ainda têm seu charme.
O San Vito S1 é o mais novo representante desse segmento. Feito artesanalmente pelo arquiteto Vito Simone em São Paulo (SP), o esportivo tem como meta ser um rival do Lobini H1, mas pela metade do preço. O S1 custa R$ 98 mil na versão básica. Com opcionais, pode chegar a R$ 114.500. O motor é o velho conhecido AP 1.8, que já foi do Gol, assim como o câmbio de cinco marchas. O que muda é que há um turbo Garret APL 388 trabalhando com 0,6 bar de pressão, e o combustível usado é o álcool. Segundo Simone, são 145 cv e 19,3 kgfm para impulsionar apenas 930 kg (45% na dianteira e 55% na traseira), o que resulta numa relação peso/potência de animadores 6,2 kg/cv. Assim, o desempenho estimado também impressiona: 0 a 100 km/h em 6,5 s e máxima de 220 km/h.
O San Vito S1 é o mais novo representante desse segmento. Feito artesanalmente pelo arquiteto Vito Simone em São Paulo (SP), o esportivo tem como meta ser um rival do Lobini H1, mas pela metade do preço. O S1 custa R$ 98 mil na versão básica. Com opcionais, pode chegar a R$ 114.500. O motor é o velho conhecido AP 1.8, que já foi do Gol, assim como o câmbio de cinco marchas. O que muda é que há um turbo Garret APL 388 trabalhando com 0,6 bar de pressão, e o combustível usado é o álcool. Segundo Simone, são 145 cv e 19,3 kgfm para impulsionar apenas 930 kg (45% na dianteira e 55% na traseira), o que resulta numa relação peso/potência de animadores 6,2 kg/cv. Assim, o desempenho estimado também impressiona: 0 a 100 km/h em 6,5 s e máxima de 220 km/h.
O problema é que, ao contrário da época do Miura (quando eu era um moleque), hoje não deixo me levar somente pelo visual. Na hora de acelerar, o S1 não é aquilo tudo que promete. A começar pela acomodação do motorista e do único carona. O projeto foi feito tendo como base o chassi tubular da réplica do Porsche Spyder (da empresa Chamonix), mas aqui a cabine ficou apertada demais. Com meu 1,78 m, entrei justo e, digamos, “achei” uma posição para dirigir. O acabamento é bem artesanal, com instrumentos daqueles que a gente vê em carros tunados. Dou a partida e percebo a dureza dos comandos. Não há direção hidráulica, e o servofreio não estava funcionando no dia da avaliação. Como os pneus são largos (225/40 na frente e 235/40 atrás), haja força para manobrar. E com os freios “a seco”, foi preciso cautela.
Tentei entrar no espírito do carro. Retirei a capota da carroceria de fibra e fui curtir. As respostas são típicas de carro preparado. O motor é manco em baixas rotações e, quando o turbo entra (por volta de 3 mil rpm), vem aquele empurrão nas costas. Ah, sim, a tração é traseira. E o motor fica logo atrás dos ocupantes, em posição central. Por falta de forro na parede corta-fogo do motor, a cabine fechada fica impraticável de tanto ar quente que vem do AP turbinado. E a válvula de alívio do turbo (aquela que faz o “espirro”) fica bem na sua orelha: instiga a acelerar, mas cansa depois de um tempo.
Tentei entrar no espírito do carro. Retirei a capota da carroceria de fibra e fui curtir. As respostas são típicas de carro preparado. O motor é manco em baixas rotações e, quando o turbo entra (por volta de 3 mil rpm), vem aquele empurrão nas costas. Ah, sim, a tração é traseira. E o motor fica logo atrás dos ocupantes, em posição central. Por falta de forro na parede corta-fogo do motor, a cabine fechada fica impraticável de tanto ar quente que vem do AP turbinado. E a válvula de alívio do turbo (aquela que faz o “espirro”) fica bem na sua orelha: instiga a acelerar, mas cansa depois de um tempo.
As arrancadas nas retas são divertidas, só que não dá para andar rápido com segurança. A suspensão independente nas quatro rodas quase não tem curso, para não inclinar nas curvas, mas falta acertar a geometria. Você pisa fundo e o carro sai jogando para os lados. Falta rodar mais em testes, até para fazer a homologação. Por enquanto, o S1 ainda é melhor de ser admirado do que pilotado.
O sonho do carro próprio O italiano Vito Simone, 57 anos, trabalhou muitos anos na Ford, mas sempre sonhou em fazer o próprio carro. Chegou a construir um, décadas atrás, porém, desistiu no meio da empreitada. Agora, a idéia do arquiteto (ele queria design industrial, mas não havia na época) é vender um San Vito S1 por mês, fabricado na empresa Personal Parts (de acessórios), pertencente a ele. Em tempo: San Vito é o santo protetor de Polignano a Mare, uma província de Bari, na Itália, onde nasceu Simone. |
Fonte: Site Auto Esporte - Reportagem: Daniel Messeder // Fotos Ivan Carneiro www. autoespote.com.br
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