Praticamente todas as montadoras globais estão empenhadas em desenvolver carros puramente elétricos, cujas baterias podem ser trocadas ou recarregadas numa tomada, sem depender de motores a combustão. O Brasil está nessa corrida, com a produção do Palio Weekend elétrico, feita em conjunto pela Fiat e a Itaipu Binacional. As baterias têm eficiência razoável, especialmente se o carro não for exageradamente solicitado. Nos Estados Unidos, Ford, GM e Chrysler têm projetos em andamento, seja para elétricos, híbridos ou plug-ins. Japoneses e europeus também estão empenhados na disputa. Veículos elétricos do tipo plug-in, como o GM Volt, podem ser recarregados na tomada e a tração é feita por motores elétricos. Mas o powertrain tem a ajuda de um motor a combustão para carregar as baterias, o que não acontece no carro brasileiro. Nos híbridos, como o Toyota Prius, a tração pode ser feita pelo motor elétrico ou pelo motor a combustão. Na versão atual o carro japonês não é um plug-in, ou seja, as baterias não são recarregadas na tomada. Brasil aprende O Palio Weekend elétrico é resultado de uma aliança entre a Fiat e Itaipu Binacional, que trabalham juntas no desenvolvimento do carro. Há 21 unidades operando em concessionárias de energia e outras 29 completarão a primeira parte do programa até o ano que vem. A bateria do carro é fabricada na Suíça e utiliza cloreto de sódio. Ao final da vida útil, depois de mais de trezentas recargas, a bateria pode ser descartada sem problemas ao meio ambiente. Essa é uma vantagem da solução adotada pela Fiat e Itaipu, embora o powertrain não tenha a mesma eficiência de um acionado por baterias de íon-lítio. A vida útil da bateria suiça ecológica pode ser prolongada não permitindo que a carga acabe completamente e deixando o equipamento ligado na tomada o maior tempo possível. Automotive Business testou o carro elétrico brasileiro em circuito ao lado da Usina de Itaipu. A impressão foi boa. O veículo é construído a partir de um Palio Weekend normal, com uma boa dose de retrabalho para realocar pontos de fixação para o motor elétrico, bateria e sistemas transformadores. O maior desafio foi reequilibrar o veículo, já que o motor elétrico de 20 cavalos deixou a frente leve e as baterias acrescentaram cerca de 150 kg à traseira. A suspensão foi devidamente calibrada e o comportamento da perua em curvas já é bastante razoável. O carro responde prontamente a acelerações fortes, que consomem bastante energia – como se pode observar no marcador de amperagem no painel. A autonomia do veículo é de 120 km. O tempo de recarga é de oito horas se a bateria estiver totalmente descarregada. A bateria suiça empregada ganha 80% da carga em apenas duas horas, mas ainda não pode ser substituída por outra já carregada. Os fabricantes estão trabalhando para acabar com esse inconveniente. Outro passo é buscar incentivos para os projetos de carros elétricos, que ainda são enquadrados na categoria de 25% para o IPI e pagam 12% na importação de componentes sem similar nacional, como a bateria. Sem esses e outros impostos, o Palio Weekend elétrico teria o preço reduzido de R$ 145 mil para cerca de R$ 85 mil. O powertrain elétrico tem custo significativo: representa € 22 mil, incluindo motor, bateria e complementos. Mas o projeto não fica por aí. Depois do aprendizado inicial, Fiat e Itaipu devem arregaçar as mangas e trazer novidades. VW terá Up elétrico Criticando a indústria automobilística alemã por não ter investido significativamente no desenvolvimento de veículos elétricos, o presidente da Volkswagen, Martin Winternkorn, anunciou que a empresa lançará seu primeiro carro do gênero em 2013 na família de supercompactos conhecida como Up. Ele afirmou que a principal vantagem do veículo elétrico da marca será o rápido tempo de recarga, que não deve ultrapassar duas horas. Enquanto isso a Toyota planeja iniciar a produção em massa de um veículo híbrido plug-in em 2012. Os carros, que serão montados à razão de 20 mil a 30 mil unidades no primeiro ano, estarão sendo testados ainda este ano. A montadora pretende entregar quinhentas unidades do plug-in para entidades do governo e uso corporativo. O carro da Toyota deve enfrentar o GM Volt, que foi concebido também como um plug-in e pode ser carregado em uma tomada elétrica. A tração é feita por motores elétricos. Há um motor a combustão utilizado para recarregar as baterias quando for necessário. O Volt chegará primeiro ao mercado – possivelmente no final de 2010. O carro foi apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2008. A GM pretende ter 14 modelos híbridos em produção em 2012. Mitsubishi na frente A Toyota pretende vender seu plug-in a um preço comparável ao do i-MiEV, que a Mitsubishi está colocando à disposição de frotistas no Japão este mês a US$ 47,8 mil, ainda sem os subsídios solicitados ao governo. O Prius custa metade desse valor no país. O i-MiEV (Mitsubishi Innovative Electric Vehicle) marca o ingresso da montadora no segmento dos carros puramente elétricos - sem motor a combustão. Reinaldo Muratori, diretor de engenharia da Mitsubishi no Brasil, apresentou o projeto desse veículo em simpósio promovido pela SAE Brasil em abril em São Paulo. “Trata-se de uma solução para uso urbano, com emissões próximas de zero e custo operacional inferior a carros equipados com motores a combustão” – afirmou o executivo. Muratori disse que já existem 200 unidades do veículo rodando no Japão. No Brasil a previsão é testar o modelo em 2010. O carro produzido em Okayama pesa 1.100 quilos, tem autonomia para percorrer até 160 km com uma carga de bateria. O motor tem 64 cavalos e 18,3 kgf.m. As baterias são de íons de lítio e podem ser recarregadas em sete horas numa tomada comum.
Fonte: Reportagem Site: Automotive Business
Fonte: Reportagem Site: Automotive Business
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